Desde que minha primeira filha nasceu, uma frase dita pelo meu marido ecoa todos os dias na minha cabeça: “estudamos para aprender tudo na vida, para ser pais não é diferente“.

Assim, faço o que eu posso para “aprender” a ser mãe, ou melhor, uma boa mãe. Fiz cursos, leio livros, ouço palestras de psicólogos, converso com educadores, pedagogos, e por aí vai.

Mas como escolher as informações e o conteúdo que são de fato relevantes ou que de fato fazem sentido para a nossa família? Pode ter certeza que existem argumentos plausíveis para educar os filhos das formas mais opostas possíveis. Deixar chorar no berço é bom? Há centenas de teorias que afirmam que sim. É melhor passar a noite com o bebê no colo se preciso? Pode ir procurar porque há mais dezenas de estudos que dizem que este é o caminho.

São tantas teorias, estudos, textos e pensamentos que parecem antagônicos, que além das leituras e afins, passei a observar pais e filhos (principalmente que têm filhos mais velhos) para ver na prática como a coisa funciona.

E aí o bicho pegou de vez. Percebi que há famílias super estruturadas, que se dedicaram e investiram nos filhos de corpo e alma, e têm crianças, adolescente e até jovens adultos com problemas dos mais variáveis possíveis. Mas também existem aquelas famílias que são versões reais da série Married… With Children (lembram do Al Bundy?) e que os filhos (mesmo os adolescentes) são equilibrados, respeitosos, responsáveis, estudiosos, motivados. Afinal, às vezes grama nasce até no asfalto né?

E aí? Como proceder?

Bom, os geneticistas falam que 50% dos traços da personalidade de uma pessoa é carga genética e é quase impossível de mudar. Mas e os outros 50% minha gente? Tem a ver com o que afinal? Mais uma vez, há zilhões de teorias…. dos estímulos durante à gestação ao ambiente social e cultural em que a criança vive. E é claro, a forma que os pais educam.

Ah tá, mas como é que se educa um filho mesmo? Como se cria filhos emocionalmente estáveis e equilibrados? Como se ensina as habilidades e ferramentas para que eles tenham sucesso e sejam felizes quando adultos?

Todos vão dizer “não existe fórmula pronta” “não existe fórmula certa”. Ah jura? Mas precisavam existir tantas teorias? E vem aplicar esse embróglio todo na prática. Aquele chilique clássico da criança se debatendo no chão do supermercado pode ser de sono, à necessidade de atenção, chegando na pura falta de respeito. E você pode pegá-la no colo, abraçar e beijar ou sair andando ignorando totalmente os gritos enlouquecedores do chiliquento.

Enfim, faz 7 anos que me tornei mãe e só sei que me acho patética por um dia ter achado que o dilema de dar ou não chupeta ou complemento eram um problema. Difícil mesmo é a insegurança de nunca sabermos de fato o quanto estamos acertando e o quanto estamos errando. Difícil mesmo é olhar para aquela pessoinha que você é absolutamente responsável e entender o que de fato se passa e o que de fato ela precisa.

Minhas duas únicas certezas até agora? O “penso logo existo” não é equivalente ao “pari logo sei” como dizem por aí. Assim, leia, estude, faça cursos, converse com especialistas, com outras mães, pois é isso que nos dá ferramentas e repertório para lidar com diferentes desafios e com as diferentes personalidades de nossos pequenos. E a segunda: Os filhos vêm para nos ensinar tanto quanto ensinamos à eles.

Carolina Uip

Advogada e empresária

Mãe de 2

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