Uma casa de tijolos

A verdade é que você não vai conseguir proteger seu filho de tudo.
Não tem jeito. Não conseguimos resguardá-los de todos os perigos do mundo, das frustrações, dos obstáculos diários. Inevitavelmente, eles vão se machucar. Alguns sonhos se tornarão realidade, outros não. E nem tudo sairá como o planejado.


E haverá nãos, muitos nãos. Haverá dor e conflitos – internos ou externos. As vezes os dois ao mesmo tempo. Planos podem não sair exatamente do jeito que eles imaginavam. Pessoas mal-intencionadas podem cruzar o seu caminho. Uma pandemia mundial pode chegar e tirar tudo do eixo. Amores podem partir seu coração. Pessoas em suas vidas irão deixá-los – nós, futuramente, também iremos deixá-los. É o ciclo da vida.


Crescer é difícil. Há pedras no meio do caminho, como já dizia Carlos Drummond de Andrade. E não tem jeito, não podemos sair na frente removendo todas as pedras que aparecem por aí na vida de nossos filhos, por mais forte que gostaríamos de fazê-lo. Cada um tem sua luta, sua coleção de pedras.
E nossos filhos também têm as deles.

Mas podemos, sim, ensiná-los a lidar com elas.


Podemos dar uma boa base para enfrentá-las. Podemos construir uma estrutura de tijolos, de madeira ou de palha. Não é segredo que a de tijolos é a mais forte.
Ensine-o desde já que nem tudo está sob nosso controle. Ensine-o a ser flexível para aceitar as mudanças que a vida traz. A ser forte, íntegro e verdadeiro, para que conheça seu próprio valor e saiba que ele SEMPRE poderá encontrar a força que precisa dentro de si. Ensine que as coisas mais belas da vida são as menores.


Ame incondicionalmente, foque no vínculo. Use o diálogo, sempre o diálogo. Esteja lá enquanto ele cresce. Seja uma figura ponderada e consciente, em quem ele possa confiar e se espelhar. A consciência é algo que se almeja e se constrói a cada dia – lendo, estudando, vivendo, observando com atenção o mundo ao redor. Ela traz sensatez, discernimento e aprendizado diário.

Dê aos seus filhos as ferramentas certas para que construam uma linda casa de tijolos. Só assim poderão lidar com os sopros que a vida traz – sejam brisas, vendavais ou furacões.
No mais, oremos para que venham apenas brisas leves e frescas de verão.

Débora Alouan, jornalista e mãe de três, autora do blog filhosemquadrinhos.com. Numa busca eterna por conciliar maternidade, a carreira e a mim mesma.

DEPRESSÃO NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA

A Depressão na Infância e Adolescência não é algo novo, apenas tardou muito para ser incluída devidamente como doença (somente na década de 70) e, assim, finalmente tratada.
Os primeiros relatos de crianças deprimidas são de 1621, por Robert Burton.
Em 1946, Spitz descreve a depressão analítica em crianças separadas da mãe durante seu primeiro ano de vida, sintomas possíveis de serem revertidos caso a relação mãe-bebê tivesse se restabelecido.
A Depressão na Infância e Adolescência pode se apresentar de maneira bem diferente da do adulto , sendo bastante limitante, com grave prejuízo social e escolar. Daí a importância de um diagnóstico precoce e tratamento adequado.
É importante lembrar que muitos adultos deprimidos iniciaram quadros na infância, na maioria das vezes não tratados.
Existe também uma grande e importante questão em relação a tristeza e depressão. Tristeza é algo em geral reativo, que pode passar com algo prazeroso , por exemplo viajar , e costuma ter uma duração e intensidade limitadas.

Já a depressão é acompanhada de outros sintomas importantes além da tristeza como: perda de prazer, alteração de sono, ideias pessimistas entre outras e costuma ter maior duração e intensidade do que em quadros de tristeza. Ao contrário da tristeza, não melhora com situações prazerosas. Sem tratamento adequado, costuma evoluir para quadros mais arrastados e graves.

QUAL A POPULAÇÃO MAIS ACOMETIDA?
A prevalência do Transtorno Depressivo Maior em pré-púberes (em torno de 2%) e em adolescente ( 6%).
Em geral é levemente mais frequente no sexo masculino até a adolescência e na vida adulta se torna mais frequente no sexo feminino.

DADOS TÉCNICOS SOBRE O QUADRO CLÍNICO
Os transtornos depressivos incluem: transtorno disruptivo da desregulação do humor, transtorno depressivo maior (incluindo episódio depressivo maior), transtorno depressivo persistente (distimia), transtorno disfórico pré-menstrual, transtorno depressivo induzido por substância/medicamento, transtorno depressivo devido a outra condição médica, outro transtorno depressivo especificado e transtorno depressivo não especificado.

A DEPRESSÃO
O transtorno depressivo maior, que chamamos popularmente de apenas de depressão, representa a condição clássica desse grupo de transtornos.
Ele é caracterizado por episódios distintos de, pelo menos, duas semanas de duração (embora a maioria dos episódios dure um tempo consideravelmente maior), envolvendo alterações nítidas no afeto, na cognição e em funções neurovegetativas, com remissões interepisódicas.
O diagnóstico baseado em um único episódio é possível, embora o transtorno seja recorrente na maioria dos casos de acordo com o DSM (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) de 2013.

CARACTERÍSTICAS:

  1. Humor deprimido na maior parte do dia, quase todos os dias, conforme indicado por relato subjetivo (p. ex., sente-se triste, vazio, sem esperança) ou por observação feita por outras pessoas (p. ex., parece choroso). Nota: em crianças e adolescentes, pode ser humor irritável;
  2. . Acentuada diminuição do interesse ou prazer em todas ou quase todas as atividades na maior parte do dia, quase todos os dias (indicada por relato subjetivo ou observação feita por outras pessoas);
  3. Perda ou ganho significativo de peso sem estar fazendo dieta (p. ex., uma alteração de mais de 5% do peso corporal em um mês), ou redução ou aumento do apetite quase todos os dias. Nota: em crianças, considerar o insucesso em obter o ganho de peso esperado;
  4. Insônia ou hipersonia quase todos os dias;
  5. Agitação ou retardo psicomotor quase todos os dias (observáveis por outras pessoas, não meramente sensações subjetivas de inquietação ou de estar mais lento);
  6. Fadiga ou perda de energia quase todos os dias;
  7. Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva e inapropriada (que podem ser delirantes) quase todos os dias (não meraente autorrecriminação ou culpa por estar doente);
  8. Capacidade diminuída para pensar ou se concentrar ou indecisão, quase todos os dias (por relato subjetivo ou observação feita por outras pessoas);
  9. Pensamentos recorrentes de morte (não somente medo de morrer), ideação suicida recorrente sem um plano específico, uma tentativa de suicídio ou plano específico para cometer suicídio;
    Os sintomas causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.
    Sintomas causados como respostas a uma perda significativa (p. ex., luto, ruína financeira, perdas por um desastre natural, uma doença médica grave ou incapacidade) podem incluir os sentimentos de tristeza intensos, ruminação acerca da perda, insônia, falta de apetite e perda de peso podem se assemelhar a um episódio depressivo. Embora tais sintomas possam ser entendidos ou
    considerados apropriados à perda, a presença insistência deles requer inevitavelmente atenção clínico baseado na história do indivíduo e nas normas culturais para a expressão de sofrimento no contexto de uma perda.NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA
    De maneira geral, os sintomas na criança podem diferir bastante do adulto, principalmente nas crianças pequenas. A medida que crescem, passam a apresentar cada vez mais semelhança com a depressão no adulto.
    Em crianças pequenas, a depressão até pode se instalar de maneira aguda, com clara mudança de comportamento, mas, em geral, o episódio depressivo se instala lentamente com questões emocionais de longa data.
    Também é comum posturas de oposição e desafiadoras, hostilidade, oscilação de humor, irritabilidade e crises de raiva. Esses sintomas trazem prejuízos psicossociais e acadêmicos e, mesmo após o tratamento, algumas questões de atraso podem apresentar dificuldades na retomada.
    É comum sintomas físicos como: dificuldade em ganhar peso ou até estatura inadequada para a idade. Ainda insônia ou sono excessivo, agitação ou lentificação psicomotora, cansaço ou perda de energia que ficam evidentes em brincadeiras e questões escolares, sentimentos de menos valia ou de culpa (inclusive com ideias de morte), dificuldade de concentração e consequente queda do rendimento escolar, são sinais deste mal.PRINCIPAIS SINTOMAS POR FAIXA ETÁRIA
    CRIANÇAS ATÉ 6 ANOS (PRÉ-ESCOLARES)
    – verbaliza menos, mas manifesta seu sofrimento através de desenhos ou brincadeiras de conteúdo depressivo, com idéias de culpa, fracasso e até morte (mesmo que nessa faixa etária a morte não tenha conotação de algo definitivo);
    – sintomas somáticos como: dores de cabeça, barriga, cansaço, tontura, medos e irritabilidade;
    – alteração de sono e apetite (inclusive alteração na curva de crescimento pela má ingesta alimentar), perda do prazer de brincar ou ir a escola e agressividade.CRIANÇAS DE 6 A 12 ANOS (ESCOLARES)
    – relatar humor depressivo, tristeza, apatia, irritabilidade, choro fácil, isolamento social, queda no rendimento escolar, falta de prazer por atividades que gostava, medos, vontade de morrer, alteração de sono e apetite, dificuldade de concentração, , baixa auto estima;
    – sintomas físicos como: enurese noturna (xixi na cama), roer intensivamente as unhas, manipulações genitais em excesso, terrores noturnos, crises de choro e de gritos.
    Quanto maior a criança, menos físicos ou somáticos serão os sintomas.ADOLESCÊNCIA
    – irritabilidade, oscilação de humor, explosões de raiva, queda no desempenho escolar, baixa auto-estima e sintomas semelhantes a depressão do adulto.
    – desesperança, culpa, lentificacao psicomotora, isolamento social, tristeza;
    – apatia, falta de prazer e choro fácil;
    – abuso de álcool e drogas ;
    – ideação suicida (se houver tentativa de suicídio a vigilância deve ser redobrada);
    Vale lembrar que a irritabilidade e o comportamento agressivo são comuns nessa idade, principalmente em meninos.

    FATORES DE RISCO
    – Ambientais;
    – Experiências adversas na infância, como vitimas de abusos e maus tratos;
    – Genéticos e fisiológicos;
    – Familiares de primeiro grau de indivíduos com transtorno depressivo têm risco 2 a 4 vezes mais elevado de desenvolver a doença que a população em geral;
    – 50% a 80% das crianças com o diagnóstico, têm histórico familiar de depressão;
    – Doenças como: diabetes, obesidade mórbida e doença cardiovascular são frequentemente complicadas por episódios depressivos,

    TRATAMENTO
    De maneira geral, quadros mais precoces e mais leves, podem ser tratados com

    Ja quadros moderados ou graves acabam necessitando de intervenção medicamentosa (com anti- depressivos ), além de um olhar multidisciplinar com terapeuta, família, escola, entre outros.
    A depressão na infância e adolescência não é um quadro raro. Em geral, cursa com severo prejuízo acadêmico, social e funcional.
    Sendo assim, é importantíssimo que esse transtorno seja percebido pelo entorno: por familiares, escola e profissionais, ou seja, por adultos que estejam próximos das crianças . Assim que percebidas as alterações de comportamento descritas acima, a criança deve ser encaminhada para avaliação de um profissional de saúde mental, especialista nessa faixa etária.]
    Quanto antes identificado e tratado, melhor a evolução e menor o prejuízo para aquela criança, adolescente e familiares.
    Depressão é doença e tem tratamento.

    DANIELLE HERSZENHORN ADMONI
    CRM SP 101404
    PSIQUIATRA DA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA NA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO (UNIFESP)
    @psiquiatra_danielle
    Faz parte da equipe da Escola de Pais XD e ministra o curso ‘Aprenda a identificar e lidar com ansiedade, depressão, uso de álcool e drogas e bullying de seu filho’

Educação Parental

O que é educação parental? Afinal de contas pais precisam aprender a ser pais?’

Com certeza você já escutou alguém falando ‘Bem que filho podia vir com manual’!

Pois agora vem com manual, com cursos, podcasts, lives, enfim, mais do que nunca existe um movimento crescente de conteúdos para ajudarem os pais no desafio de se educar filhos no século XXI.

E essas pessoas, os profissionais que se dedicam a orientar, mentorar, inspirar e ensinar os pais, são os educadores parentais.

Existem hoje cursos para formar esses profissionais especializados em educação parental, ou seja, profissionais preparados para educar pais.

Mas precisa educar pais?

Precisa! Porque para educarmos filhos precisamos antes de qualquer coisa, nos educarmos.

Nós pais precisamos nos aprimorar diariamente para que possamos ser exemplos pros nossos filhos. Não perfeitos. Aliás, nunca perfeitos. Precisamos e vamos errar mais de uma vez. E isso é ótimo, porque erros nos ensinam mais que acertos, e não sermos pais perfeitos permite que nossos filhos não se cobrem serem perfeitos também.

Porém quanto mais nos aprimoramos, mais influência positiva teremos sobre nossos filhos.

Vou trazer aqui alguns pontos importantes:

1) Quando escolhemos uma profissão ou uma atividade profissional, dedicamos nossos principais recursos para sermos o melhor que podemos. Investimos nosso tempo, energia, dinheiro em formações, para adquirirmos conhecimento, experiência, networking e por fim nos sentirmos realizados e bem sucedidos na função que exercemos. Pois não existe função que mais nos realiza do que a função de pais. Então por que não investirmos recursos para sermos o melhor que podemos ser? Educar filhos é de uma complexidade, exige tomadas de decisões, escolhas diárias. Será que conseguimos lidar com tudo isso sem termos mais e mais ferramentas? Será que vamos conseguir colher os frutos que queremos sem investirmos nosso tempo, sem ampliarmos nossos conhecimentos? A função de educador de filhos é a mais valiosa que tem para nós mesmos pai. Porque esse é nosso principal legado no mundo.

2) Não existe forma de educarmos filhos sem nos educarmos. Ou seja, a transformação que queremos ver em nossos filhos começa em nós mesmos. Nossos filhos são nossa grande oportunidade na vida de revermos nossos comportamentos, nossos valores, nossas atitudes. Isso exige de nós pais humildade.

3) Conhecimento empodera. Sabedoria transmite segurança e estabilidade. Num mundo confuso, vulnerável, volátil, veloz, nossos filhos terão que competir, terão que encontrar felicidade, terão que saber cuidar de sua saúde mental e emocional. Existe hoje uma cultura de delegar educação para escola, para profissionais de diversas áreas, enquanto os pais deveriam assumir esse papel de serem mentores e grandes influenciadores de seus filhos. Mas antes esses pais precisam se libertar de preconceitos e quebrar paradigmas. Estudar, conhecer, saber, não é feio, não é brega, não é coisa de gente nerd, ao contrário, pais mais seguros, mais confiantes, mais estáveis, serão motivo de orgulho pros filhos. Qualquer movimento dedicado a ser um educador pai ou mãe mais eficiente, já vai reverter em resultados positivos. Os filhos sentem quando os pais se importam e se mexem. E não somente pregam, reclamam e fogem.

E foi como mãe de 4 filhos, madrasta de 2, que eu decidi investir minhas formações para abrir a mente e oportunidades aos pais para que sejam sua melhor versão.

E também foi pensando em contribuir com esse movimento de educação parental, que ao lado do meu marido, abri a Escola de Pais XD. A primeira escola do Brasil voltada exclusivamente para a educação de pais. São 8 cursos fixos com as melhores profissionais, cada uma em sua expertise, falando dos temas que mais afligem os pais do século XXI: limites, vida escolar, tecnologia, habilidades sócio emocionais, drogas, depressão, álcool, bullyng, educação financeira, sono de bebês até adolescência e comunicação. E uma programação de workshops e palestras que tocam em temas amplos como alimentação, energia da casa, relacionamento conjugal, como entreter filhos pequenos entre tantos outros.

Quero convidar todos os pais a conhecerem e experimentarem a Escola de Pais XD. Tenho certeza que vão se identificar com muitos dos temas e encontrar respostas, alívio e vão poder também compartilhar suas próprias experiências, que certamente tem muito a nos ensinar!

Siga a Escola de Pais XD nas redes sociais. Me sigam também como Stella Azulay. Eu sou jornalista e educadora parental com especialização em análise de perfil e neurociência comportamental e estou aqui prá que juntos possamos transformar o mundo através da educação que vem de casa!

Educar é pra quem tem coragem. Eu tenho, e você?

Como sua insegurança influência na educação dos seus filhos.

Porque Educar é para quem tem Coragem?

Muitos pais se sentem inseguros na hora de educarem seus filhos. Temas como impor respeito, regras e hierarquia sem se sentir tirano, ou como colocar limites sem sentir dúvidas, ou como dar atenção suficiente, sem mimar ou sem ser ausente, como lidar com tecnologia, dinheiro, enfim, são temas que causam conflitos infindáveis e que rondam as mentes de pais e mães.

“Seguir em frente sem buscar respostas assertivas para todas essas questões, não é uma solução.”

É preciso ter coragem…

Por isso é preciso muita coragem prá ir atrás de respostas, de técnicas, de ferramentas e mudar a si mesmo para educar filhos.

É preciso coragem prá sair do superficial e mergulhar nas funções de pai e mãe de verdade.

Quer saber mais? Me acompanha aqui que darei mais dicas!

Teorias e a realidade

Desde que minha primeira filha nasceu, uma frase dita pelo meu marido ecoa todos os dias na minha cabeça: “estudamos para aprender tudo na vida, para ser pais não é diferente“.

Assim, faço o que eu posso para “aprender” a ser mãe, ou melhor, uma boa mãe. Fiz cursos, leio livros, ouço palestras de psicólogos, converso com educadores, pedagogos, e por aí vai.

Mas como escolher as informações e o conteúdo que são de fato relevantes ou que de fato fazem sentido para a nossa família? Pode ter certeza que existem argumentos plausíveis para educar os filhos das formas mais opostas possíveis. Deixar chorar no berço é bom? Há centenas de teorias que afirmam que sim. É melhor passar a noite com o bebê no colo se preciso? Pode ir procurar porque há mais dezenas de estudos que dizem que este é o caminho.

São tantas teorias, estudos, textos e pensamentos que parecem antagônicos, que além das leituras e afins, passei a observar pais e filhos (principalmente que têm filhos mais velhos) para ver na prática como a coisa funciona.

E aí o bicho pegou de vez. Percebi que há famílias super estruturadas, que se dedicaram e investiram nos filhos de corpo e alma, e têm crianças, adolescente e até jovens adultos com problemas dos mais variáveis possíveis. Mas também existem aquelas famílias que são versões reais da série Married… With Children (lembram do Al Bundy?) e que os filhos (mesmo os adolescentes) são equilibrados, respeitosos, responsáveis, estudiosos, motivados. Afinal, às vezes grama nasce até no asfalto né?

E aí? Como proceder?

Bom, os geneticistas falam que 50% dos traços da personalidade de uma pessoa é carga genética e é quase impossível de mudar. Mas e os outros 50% minha gente? Tem a ver com o que afinal? Mais uma vez, há zilhões de teorias…. dos estímulos durante à gestação ao ambiente social e cultural em que a criança vive. E é claro, a forma que os pais educam.

Ah tá, mas como é que se educa um filho mesmo? Como se cria filhos emocionalmente estáveis e equilibrados? Como se ensina as habilidades e ferramentas para que eles tenham sucesso e sejam felizes quando adultos?

Todos vão dizer “não existe fórmula pronta” “não existe fórmula certa”. Ah jura? Mas precisavam existir tantas teorias? E vem aplicar esse embróglio todo na prática. Aquele chilique clássico da criança se debatendo no chão do supermercado pode ser de sono, à necessidade de atenção, chegando na pura falta de respeito. E você pode pegá-la no colo, abraçar e beijar ou sair andando ignorando totalmente os gritos enlouquecedores do chiliquento.

Enfim, faz 7 anos que me tornei mãe e só sei que me acho patética por um dia ter achado que o dilema de dar ou não chupeta ou complemento eram um problema. Difícil mesmo é a insegurança de nunca sabermos de fato o quanto estamos acertando e o quanto estamos errando. Difícil mesmo é olhar para aquela pessoinha que você é absolutamente responsável e entender o que de fato se passa e o que de fato ela precisa.

Minhas duas únicas certezas até agora? O “penso logo existo” não é equivalente ao “pari logo sei” como dizem por aí. Assim, leia, estude, faça cursos, converse com especialistas, com outras mães, pois é isso que nos dá ferramentas e repertório para lidar com diferentes desafios e com as diferentes personalidades de nossos pequenos. E a segunda: Os filhos vêm para nos ensinar tanto quanto ensinamos à eles.

Carolina Uip

Advogada e empresária

Mãe de 2

3 dicas básicas para ajudar a educar seus filhos adolescentes financeiramente.

Quantos de nós olha para trás e deseja ter aprendido mais sobre dinheiro?.

1- Ser o exemplo: vamos ajudar nossos filhos a não cometerem os mesmos erros que nós? Que tal fazer junto com eles planejamentos de despesas do dia a dia!

2- Falar do tema como algo cotidiano e simples, afinal dinheiro é assunto sério, mas quem disse que é assunto só para adultos?

3- Colocar limites e saber o que é essencial dando responsabilidade para o adolescente fazer suas escolhas e “bancar” seus erros e acertos. Buscar uma maturidade financeira para o adolescente se sentir apto a cuidar dos seus recursos. é fundamental!

“Seja exemplo, fale sobre dinheiro com seus filhos, estabeleça limites e os ensine a fazer escolhas”.

 

 

Como a escola de pais pode te ajudar?

Com tantos desafios novos se unindo a desafios antigos, exercer os papéis de pai e mãe se transformou numa atividade complexa, que exige dos pais do século XXI um preparo mais refinado.

Ser responsável pela educação e formação de outro ser humano é uma responsabilidade e tanto para quem decide ser pai ou mãe no século XXI. A questão atual está em torno da criação, já que, na sociedade contemporânea, o entrosamento entre pais e filhos torna-se cada vez mais complexo.

“O objetivo da Escola de Pais XD é estabelecer, por meio de treinamento, uma rotina familiar saudável, definir os papéis dentro do relacionamento pais e filhos, bem como construir uma comunicação efetiva e coerente. Para isso, a Escola terá à disposição profissionais de diversas especialidades que abordarão em seus treinamentos os principais desafios dos pais”.

Por meio dos atendimentos personalizados, de cursos e palestras, a Escola de Pais XD vai oferecer conhecimentos, técnicas e ferramentas para que os pais se sintam mais seguros e empoderados de seu papel. Queremos auxiliar pessoas preocupadas e comprometidas em exercer as funções maternas e paternas com firmeza, confiança, valores, maturidade e, principalmente, sabedoria.

Como iremos ajuda-lo?

Vamos ensinar os pais por meio de treinamentos em cursos específicos, como estabelecer uma rotina familiar saudável, definindo os papéis dentro do relacionamento pais e filhos, bem como construir uma comunicação efetiva e coerente.

Como lidar com a geração conectada?

O século XXI parece que tornou tudo mais fácil e ágil, mas em alguns aspectos, complicou bastante a nossa vida e precisamos aprender a ser espertos nas redes sociais.Por isso hoje eu separei 3 Dicas de sobrevivência para os adolescentes do século XXI conectados às redes sociais, vamos a elas:

1- Dê espaço para o relacionamento presencial, assim você não deixa quem está por perto com cara de pastel enquanto manuseia seus aparelhos em qualquer contexto! Para não se afastar de quem está perto, cada indivíduo tem de estabelecer regras de uso de celular que façam sentido para manter a conexão com quem está próximo e aproveitar as vantagens de sempre poder estar junto de quem está longe!

2- Cuide dos sentimentos ao navegar pelos feeds das redes sociais. Só tem gente bonita fazendo coisas legais? Você sente que está ficando para trás? De fato, é triste ficar vendo a felicidade dos outros quando não estamos tão bem assim. Para lidar com isso, é importante desenvolver a consciência de que as pessoas realmente postam o que consideram mais legal sobre si, e nem sempre a verdade. Com essa consciência e a capacidade de identificar os momentos de se desconectar um pouco, podemos transitar pelas redes com mais segurança emocional.

3- Manter o hábito de pesquisar e ler com atenção tudo o que recebemos para não se tornar superficial, para isso tanto jovens quanto adultos precisam dar aquela paradinha para prestar atenção ao que estão lendo e avaliar a credibilidade do material. Quem souber fazer isso vai se diferenciar muito das pessoas à sua volta!

” A tecnologia está na vida das crianças, isso é um fato inegável. Proibir todos os dispositivos tecnológicos não é uma alternativa possível, e muito menos a mais indicada.

A tecnologia é uma ferramenta positiva, que traz inúmeras vantagens ao desenvolvimento das crianças e adolescentes, desde que usada da forma correta e com o direcionamento certo.”

Somos espelhos para nossos filhos

Hoje é o meu primeiro texto aqui e já quero começar com uma polêmica!

Sim, a forma como você lida com o seu atual parceiro e/ou com o ex parceiro, influência na formação dos seus filhos. Ponto.

Sabemos que o modelo é melhor do que o discurso. Explico, não adianta falar para seus filhos não tomarem refrigerante enquanto você segura a Coca com gelo e limão…

Óbvio.

A forma como vocês adultos se relacionam funciona da mesma maneira. Se são gritos, ameaças e chantagens, assim as crianças vão se comportar.

Mas, sabemos que a vida real, não funciona como nos livros. E muitas vezes, a forma diferente como lidamos com determinada situação, as divergências por conta de dinheiro, as mágoas do passado e atuais, nossas sombras e lado B aparecem quando menos esperamos.

O que fazer?

Fingir que somos Budas? Ignorar nossos sentimentos e vivermos falseando nossos passos? Isso nem seria sustentável! Tão pouco saudável.

Mas e agora?

Não queremos filhos que sejam Alecrim Dourado, frágeis e inseguros, nem tampouco agressivos e violentos.

Pais que não erram são igualmente prejudiciais. Não precisamos buscar a perfeição, basta sermos suficientemente bons! Adequados! Só!

Para ter filhos saudáveis e que saibam expressar inclusive suas frustrações precisamos ter relações adultas e assertivas. Ou seja, aumentar a chance de falar e o outro escutar! Ter também uma escuta ativa e respeitosa!

Isso melhora não apenas o modelo para os filhos mas, claro a relação entre os pares e a qualidade dos casamentos. Aliás, existe sexo depois dos filhos?

Aqui em casa, somos casados há 12 anos,  evitamos brigar na frente das crianças, mas quando há conflitos resolvemos inclusive na frente deles. Quando um dos dois exagera, depois o pedido de desculpas vem para as crianças também… somos pais de verdade, e tentamos ativamente acertar mais do que errar…

Somos espelhos para nossos filhos. Qual a imagem que ele tem de vocês?

Vanessa Abdo Benaderet

@vanessaabdo7

CEO Mamis na Madrugada

Pai não é amigo!

O papel emocional do pai baseia-se no amor, na afeição e na estima. A parte essencial de ser pai é uma coisa linda de se ver. Mas o papel não é apenas emocional. E seu filho não é seu amigo.

Na verdade, muito do papel dos pais é funcional. Isso significa alimentar, trocar fraldas, dar banho educar, acompanhar os estudos, ou seja, o ato de cuidar.

Pai tem que entender que a quantidade de requisitos emocionais versus funcionais muda com o tempo. À medida que a criança fica mais velha, os pais precisam assumir um papel mais funcional e menos emocional, porque o objetivo dos filhos mais velhos é prepará-los para viver sem você.

Um pai pode querer sentir-se emocionalmente ligado ao filho mais velho, mas, ao mesmo tempo, o pai deve fazer coisas funcionais de que o filho pode não gostar. Por exemplo, os pais precisam estabelecer limites com seus filhos, e eles podem não gostar de você e resistir quando você estabelece limites.

Mas estabelecer limites é uma função saudável e você precisa fazer isso para o bem do seu filho.

Você é a autoridade do seu filho – esse é o seu papel e responsabilidade. Você tem um relacionamento emocional com seu filho? Sim. Mas se você tentar ser amigo de seu filho, isso prejudicará sua autoridade e prejudicará seu papel como pai.

Na prática, seu filho pode encontrar outro amigo, mas ele não pode encontrar outro pai. Você e somente você pode ser o pai do seu filho.

E se é você quem precisa de um amigo, procure outro lugar e não espere que seu filho seja seu amigo, pois isso é uma armadilha bem intencionada na qual os pais caem.
Eles querem compartilhar com a criança como se sentem. Mas uma criança não está moral, emocional ou intelectualmente preparada para desempenhar esse papel.

Se os pais acharem que os professores estão errados, eles devem guardar isso para si mesmos e para seus colegas e lidar diretamente com a escola. Tenha cuidado com o que você diz a seu filho sobre isso.

Por exemplo, se você acha que o professor é um idiota por não deixar seu filho fazer determinada coisa, não diga isso a ele.

Em vez disso, diga: – Filho., eu não gostava dessa regra quando estava na escola também. Mas eu tive que seguir as regras…

Chamar o professor de idiota na frente de seu filho torna seu filho seu confidente, e isso é uma paternidade ineficaz.

Lembre-se disso: se você fizer de seu filho seu confidente e desrespeitar as figuras de autoridade na frente dele, não se surpreenda quando ele desrespeitar essa figura de autoridade. Ou quando ele te desrespeita.

Quando você faz de seu filho seu confidente, está dizendo que você e ele decidem juntos. As crianças podem dar-lhe a sua opinião. Eles podem dizer a você do que gostam ou não gostam. Mas certas decisões devem ser tomadas por você, o pai.

No final das contas, as crianças precisam entender que a família atua como uma unidade e os adultos são os responsáveis ​​pelas decisões.

Você pode compartilhar muitas coisas com uma criança sem transformá-la em um confidente. Mas você tem que ter cuidado.

Por exemplo, pode dizer: – Não podemos pagar por isso. É uma declaração que explica os limites financeiros sob os quais você vive.

Mas, o que você não deve compartilhar com a criança é: “Não sei como vou pagar o aluguel este mês.”

Você pode pensar que seu filho vai gostar mais de você se você for amigo dele. Que ele vai confiar mais. Mas aqui está o problema.
Ele pode não respeitar sua autoridade como resultado. Ele pode não ouvir a palavra “não” porque você nunca usou isso com ele ou o ensinou a lidar com isso.

No final, você não pode consertar sua infância por meio de seu filho.

Entenda que um dia seu filho precisa se tornar independente.
Pessoas que não conseguem se diferenciar de seus pais acabam com problemas emocionais e sociais.
Aja como o adulto responsável que seu filho precisa.

Quero deixar um ponto importante: Claro que você pode ser amigável com seu filho. Isso é uma coisa linda, faz bem à ambos.  Mas o segredo é ter um relacionamento responsável com seu filho.

Adultos responsáveis ​​não permitem que seus filhos deixem de fazer o dever de casa. Eles não falam mal dos professores. Esse é o tipo de relacionamento que você precisa ter com seu filho.

Isso se chama ser um adulto responsável – um adulto que ama seu filho e, ao mesmo tempo, responsabiliza seu filho.

É chamado de paternidade eficaz.

Adriano Bisker
Advogado, influencer e pai de cinco.
@paidecinco